Mergulho em Playa Girón (baía dos porcos)

Acordamos em: Playa Girón / Baia dos Porcos
Dormimos em: Varadero
O check in do mergulho foi cedo, logo as 8h00. Tomamos um café no horrível e decadente restaurante do hotel all inclusive de Playa Girón. Mas deixa eu contar um pouco mais do contexto desse hotel antes… 

Local do Mergulho. Paraíso ou não?
Aqui em Cuba, após a revolução, decidiu-se que boa parte dos serviços e produtos deveriam ser nacionalizados. Não apenas nacionalizados, mas também estatizados, ou seja, o governo Cubano (tanto a União como os Municípios) deveria ser dono de quase tudo. Dessa forma, não seria permitido a cobrança de preços abusivos nem o lucro exorbitante. 

Mergulhando…
E é verdade. A pizzaria que almoçamos em Santa Clara é do município. A empresa de celular e da internet-que-quase-nunca-funciona (ETECSA e Cubacel) são do governo “federal”. Todas as locadoras de carro (REX e Cubacar) e postos de gasolina também são. Os mercadinhos. Escolas. Hospitais. Restaurantes.
Foto pra National Geographic, heim?!
E isso traz o lado bom e o lado ruim. A gasolina, não importa a localização, tem sempre o mesmo preço (1.3 CUCs). Para nós turistas, isso é excelente. O carro alugado, não importa a cidade e a demanda, também tem preço tabelado. Como a internet (4.5 por hora) e o celular (6 por dia). 

Mari Exploradora!
E um dos setores que o governo apostou muitas fichas foi no turismo (e não é pra menos, Cuba é um país espetacular). Então, em todo lugar por que passamos sempre vemos um hotel “Gaviota” ou “Cubanacan”. De novo, os preços são tabelados e não existe a famosa “tarifa balcão”, que é a extorsão  institucionalizada do turista de última hora (sofremos muito com isso quando ficamos nos hotéis estrangeiros aqui).

Um dos canyons em Playa Girón
Mas, e tudo tem um mas, tudo que o governo controla é ruim ou, no máximo, mediano. Não apenas por nossa experiência aqui, mas conversando com os caroneiros, eles confirmaram o que estávamos observando. E especialmente os hotéis, que são cafonas, sujos e decadentes e com quase tudo precisando de reparos. Alguns estão desativados (como o de Playa Larga), ostentando resquícios de uma opulência que hoje já não faz mais nenhum sentido. Acho que toda cidade tem suas praças e parques cafonas que já estão fora de moda. Pois é, praticamente toda Cuba é assim.
OK!
E é exatamente assim o hotel em que tomamos nosso café da manhã hoje. E isso explica porque decidimos não aproveitar o all inclusive e irmos almoçar e jantar no restaurante do pueblo, na casa da Emilia (uma casa de alquiler/restaurante). 
Fim do Mergulho!
Terminamos o café, pegamos as tralhas de mergulho e partimos para o ponto de mergulho. Ao contrário do que imaginávamos, havia muito gringo mergulhando junto. E, como todo bom gringo, eles tinham todos os mega equipamentos de mergulho profissionais o que nos intimidou já de cara. Os dois mergulhos foram bons, mas cheio de águas vivas do mal. Vimos uma moreia enorme nadando em volta de um navio afundado. Olha só como terminou a brincadeira.
Ferimentos de guerra!
Terminamos perto do meio dia o mergulho e viemos para Varadero em uma viagem de mais ou menos duas horas e meia depois de almoçar de novo na Emília. Ah, detalhe, tinha uma galera de Varadero em excursão para mergulhar em Playa Girón, pagando o dobro do que a gente pagou (toma, gringos!). Demos uma paradinha em Playa Larga no caminho para conhecer, mas não vimos nada de muito interessante além do nosso cão amigo.

Cão Amigo
Cão Amigo (2)


Uma das cidades no caminho para Varadero.
Varadero foi um problema que estava totalmente fora dos nossos planos. Na verdade foram dois problemas – um deles é que estou escrevendo esse blog enquanto chove lá fora… na torcida para amanhã melhorar. 

O outro problema é que, apesar de a cidade/península ter mais de 60 hotéis e milhares de quartos, nenhum parecia estar disponível pra gente. Chegamos pouco antes das 5, e os setores de reserva já estavam todos fechados. E isso somado com a má vontade de praticamente todos os funcionários em nos ajudar (o que notamos ser bem diferente com o Brasil, em que falta só te carregarem no colo nos hotéis). Para se ter uma ideia, briguei com o segurança que não deixou nem a gente ir na recepção perguntar se havia disponibilidade. Enfim, foi bem tenso. 

Acabamos ficando talvez na melhor escolha possível. Não é um all inclusive (como todos aqui parecem ser) mas é com certeza o hotel mais novo daqui. São apartamentos studios do Meliá, que são gigantes, modernos e bem diferente de tudo que a gente viu em Cuba. E o melhor. Metade do preço dos all inclusive, e colado em uma área de lojas e restaurantes em volta de uma marina MUITO legal. 

Sala do nosso apartamento em Varadero.

Quando nos ajeitamos por aqui, já era noite e não deu para ver a praia de Varadero. Mas fomos em um restaurante excelente (kike kacho) com o melhor atendimento até agora. Como só vamos ficar o dia amanhã aqui, estamos já fazendo uns pactos com São Pedro pra que a gente não perca essa parte da viagem e que a chuva alivie amanhã.

Até

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