Mar Morto e Jordânia

Hoje o dia tem que começar cedo, afinal provavelmente seria o dia mais cheio da viagem. Vamos até o sul de Israel, costeando o Mar Morto, e depois vamos cruzar a fronteira a pé e dormir em Aqaba, já na Jordânia.

Deixamos o hotel e Jerusalém com um pouco de tristeza, afinal de contas havíamos gostado muito da cidade. Louvre em Paris? Met em NY? Que nada. Sem dúvidas Jerusalém é o lugar mais rico em cultura e história deixando qualquer concorrente no chinelo. Mas chega de Jerusalém, o foco agora, é o sul de Israel.

A primeira parada foi pra abastecer em Jericó (o mini tanque do nosso mini carro tem que ser frequentemente abastecido). E claro, todas as vezes (e são muitas) que abastecemos uma faca é enfiada. Afinal de contas são 8 reais pra cada litro abastecido (no momento no BRL o valor é 4 reais, a metade). Mas não tem jeito, bola pra frente.

Estávamos abastecendo em Jericó, antiga cidade da Palestina, que é a cidade mais antiga do mundo, com sua fundação às margens do rio Jordão 9 mil anos antes de cristo nascer. E é engraçado que em Israel algumas rodovias passam pela Cisjordânia, mas são absolutamente seguras: estávamos em uma delas nesse momento.

Pouco tempo depois, e após descermos centenas de metros abaixo do nível do mar (as plaquinhas iam mostrando qual a nossa “altitude negativa” estávamos), vimos o suntuoso Mar Morto.

As duas coisas que a gente pensa, quando fala em Mar Morto é na quantidade de sal absurda que faz a gente flutuar e não deixa nascer; e também que é o lugar mais baixo da terra, 400 metros abaixo do nível do mar. Mas nenhuma dessas foi a nossa primeira impressão.

A primeira coisa que a gente nota quando chega no mar morto é: “Caraca, que lugar lindo, imenso e lindo”. E é muito chato isso, porque não tem nenhuma possibilidade de transmitir isso por aqui. Podemos tirar todas as melhores fotos, filmarmos os mais bonitos vídeos que não é nem de perto a experiência de ver isso de perto. Nenhuma foto, nenhum vídeo, nenhum post nunca vai conseguir capturar o que é uma “imensidão” como essa. O negócio é mesmo vir aqui e ver com os próprios olhos. Não tem outra maneira.

Ein Gedi

Mas enfim, a primeira parada (lógico que depois das inúmeras paradas para tirarmos umas fotos) foi Ein Gedi. O mar morto separa Israel da Jordânia. No lado israelense, ele é circundado por montanhas ao longo de toda a extensão. Aliás, montanhas não né, nada mais são do que a terra (lembra que o mar morto é que está num “buraco” de 430 metros). Ein gedi é um parque nacional em que a gente pode fazer algumas trilhas e caminhadas nessas montanhas. E foi o que a gente fez: uma trilha de mais ou menos 2 horas, com cachoeiras e vistas ainda mais bonitas do mar morto.

Lembrando que o dia ia ser corrido, bora tocar pra frente. Aliás, a gente tinha a opção de estender a trilha um pouco mais em Ein Gedi, mas optamos por não fazer isso: ainda bem.

Masada

Ainda bem porque a próxima parada era Masada, já era perto das 13h e conseguimos pegar o último cable car do dia (porque era feriado). Ufa, sorte que paramos a trilha em Ein Gedi na hora certa.

Masada é uma “cidade” milenar (que já não existe mais), em cima de uma montanha com um formato de mesa. Impressionante é subir aquilo a pé. Agora imagina construir palácios, fortalezas: tudo isso há uns 2000 anos atrás.

Mas de verdade? A gente estava um pouco “overwhelmed” (desculpa o inglês taoquei) com ruínas antigas. Jerusalém é cheio delas em todos os cantos. Então, curtimos um pouco a visão (já falei da vista algumas vezes né), e descemos no cable car pouco mais de uma hora depois.

Ansiosos pela próxima parada, que era um dos pontos altos do nosso planejamento: um mergulho nas águas do Mar Morto, em Ein Bokek.

Mergulhando no Mar Morto – Ein Bokek

Não é parar em qualquer lugar e mergulhar: a maior parte das margens do mar morto são perigosas: buracos abrem-se do nada, e você pode ser engolido por um deles. Então melhor ir para um lugar seguro: Ein Bokek. Ein Bokek é como se fosse um guarujá do Mar Morto. Alguns hoteis grandes, um centrinho um pouco decadente e uma praia pública que é onde provavelmente a maioria dos turistas em israel vão para mergulhar no mar morto.

E o mergulho é impressionante! Parece que as nossas pernas são infláveis do tanto que elas flutuam! É muito legal a sensação. E tão legal como flutuar no Mar Morto é ficar do lado e ver a reação das pessoas flutuando pela primeira vez!

O fundo do mar morto é todo de sal, tinha inclusive uma galera pegando pra levar pra casa. E não dá pra ficar muito tempo ali: um banho de no máximo 10, 20 minutos está de bom tamanho: a água ataca toda e qualquer ferida/mucosa que você tiver. Eu por exemplo, me barbeei, e mesmo não ter afundado minha cara, meu pescoço ficou ardendo (parecia que estava em carne viva!).

E é muito interessante: quando a gente coloca a mão, ou entra no mar morto parece que a pele fica oleosa, fica estranha. E depois que seca fica totalmente ressecada/esbranquiçada. E é por isso que a gente foi tomar uma ducha esperta logo depois.

E depois da ducha, lá tinha no centrinho (meio decadente) um mcdonalds também meio decadente que estava bem ruim e custou nada menos do que 150 reais, para 2 pessoas. Isso só lanche, batata e água. Sim, Israel é muito caro.

Por fim, a última parte do dia vai ser um pouco maçante: 2h de estrada até Eilat, depois cruzar a fronteira para Aqaba.

Jordânia – Aqaba

Chegamos em Eilat e fomos direto para cruzar a fronteira. Lá tem um estacionamento gigante que a galera deixa os carros enquanto cruza a pé. Deixamos nosso carrinho – que nesse ponto já faz parte da família – e fomos em direção à Jordânia. Tudo muito vazio, um pouco melancólico até. Éramos os únicos que estávamos cruzando numa sexta feira fim do dia.

Cruzando a fronteira!

Chegamos na Jordânia e pegamos um taxi para nosso hotel. A gente estava muito apreensivo. Não conhecíamos muito da Jordânia. Não sabíamos se era inteiramente seguro por lá (Israel nós nos sentíamos muito seguros). Como lá já foi alvo de ataques em hotéis, a gente estava relativamente apreensivo.

Mas em pouco tempo isso se dissipou. Ao chegarmos no nosso hotel (Lacosta), o proprietário nos tratou como amigos. Além de nos ajudar em TUDO sobre informações da Jordânia, ele ainda nos convidou para tomarmos alguns drinks, olha que chique, e ligou para os donos das locadoras de veículos para reservar pra gente (afinal, já era tarde e estava tudo fechado). Ah, ele também nos apresentou para um guia que nos deu algumas dicas valiosas e contou que foi o guia da Ana Paula Valadão quando ela gravou esse clipe aqui (não gostei muito da música, mas o deserto é lindo, dá uma olhada).

No final das contas, por mais medo que estivéssemos de dirigir (no fundo era o que a gente queria fazer, a gente sempre prefere dirigir), o nosso amigo proprietário do hotel nos tranquilizou e fizemos a reserva.

Com havia um tempinho fomos dar uma volta a pé. Sexta feira é o dia que todo mundo sai a noite. De fato, as ruas estavam lotados. Só que diferentemente de Israel, aqui todos são muçulmanos. E foi horrível (no fim acabamos nos acostumando), porque todo mundo ficava encarando a Mari. Mas não é uma olhadinha, não. É absurdo a falta de respeito tanto homens como mulheres encaravam, como se estivessem julgando (e provavelmente estavam) porque ela estava com o joelho de fora.

Praia de Aqaba – Só depois que tiramos a foto é que notamos a pessoa andando à cavalo na praia

Acabamos a noite no Romero Aqaba, um restaurante muito simpático na beira do mar. Parece que a Jordânia é BEM MELHOR do que imaginávamos!

2 Comments

  1. Meu Deusss fiquei cansada só de ler HAHAHAHA quando eu crescer quero ter energia assim! Como vocês conseguiram fazer TANTA coisa num dia só???

    Se a galera ficou chocada com a Mari imagina eles perdidos num baile funk HAHAHAHHA

    Adorando os relatos, beijos migos!!

  2. Migos que incrível, muito lindo o Mar Morto!! Israel e Jordânia já foram adicionadas à minha lista de viagens dos sonhos ahahah tudo muito exótico, adoro.

    Afe, que foda esse povo julguiane, absurdo. Mas tem alguma proibição de entrar com menos roupa em algum lugar?? Ou “só” o julgamento mesmo?

    Nessas horas que a gente vê como é bom morar no Brasil as vezes, em perspectiva ahahaha

    Beijoos

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