Malária no Kruger Park e na África do Sul

Pessoal, 
Como já um número razoável de pessoas está entrando no blog, acho que algumas dicas podem ser úteis para outros viajantes. 
Como malária foi uma das coisas que mais me preocuparam nesse período pré viagem,  fiz uma extensa pesquisa na internet/médico e vou colocar algumas informações que julgo serem importantes.


  • Morrem cerca de 700 mil pessoas anualmente de malária. Cerca de 90% são na África. Veja a fonte aqui
  • Apesar disso, a África do Sul é quase totalmente livre de malária (em Cape Town não há risco de malária) 
  • O Kruger Park, infelizmente está em uma dessas áreas. O risco de malária lá é considerado baixo-médio (se você procurar um mapa de malar no mundo, verá que o risco-malária é igual à Amazônia. 
  • Outro aspecto negativo é que a malária mais comum lá é a falsiparum, a mais perigosa que existe. Pra piorar ainda mais, ela já é resistente à cloroquina, o anti malárico mais tradicional. 
  • Todos os anos, 200 a 700 pessoas são infectadas e contraem malária no Kruger. O lado bom é que a maioria são funcionários do próprio parque,  e contraem a doença fora do parque em visitas a familiares. Se compararmos com perto de 1 milhão de visitantes anuais, o número é relativamente baixo. A fonte está aqui
  • O Kruger mantém um programa de prevenção bastante rigoroso, que inclui mosquiteiros e bastante repelente de longa duração em todos os campings. 
  • A incubação é após 10-15 dias,  e pode confundir com outras doenças.
  • Apesar de parecer chavão, o melhor método contra malária é a prevenção. 



Acho que tranquiliza bastante ver o mapa da malária abaixo, clique para ver maior (note que o kruger é uma das únicas áreas com malária; note também que o risco/cor é parecido com a amazônia).



Então como prevenir?

Se você é corajoso o suficiente e quer mesmo assim encarar o Kruger (brincadeira, não é tão ruim assim), seguem algumas informações que devem ser levadas em conta:

Época do ano. O mosquito é predominante nos períodos úmidos. Isso é, de outubro a abril. De maio a setembro a incidência é bastante baixa, sendo opcional fazer uso de anti malárico.

Exposição da pele. Dormir com mosquiteiros, passar repelente frequentemente e cobrir áreas que o mosquito possa picar (especialmente os tornozelos). Lembrando que o intervalo entre o por do sol e o nascer é o horário crítico. 

Anti maláricos. Apesar de nenhum remédio disponível garantir 100 por cento de efetividade, essa é a opção que mais deixa os turistas tranquilos. Na África do Sul a venda é liberada (não precisa de receita médica), e existem algumas opções, como as a seguir. 
Não sou médico, mas acho que uma pesquisa bem feita é fundamental. Isso porque os médicos brasileiros não estão acostumados com a malária africana (no máximo com a malária amazônica) e provavelmente, irão pesquisar também. Não dispense seu médico (principalmente se ele for um infectologista que trará informações melhores), mas também não dispense sua pesquisa!

Cloroquina/Cloroquine. Nome Comercial: Aralen. Pontos importantes: na África já existe resistência a essa medicação. Esqueça. 
Mefloquine. Nome comercial: Larium/Lariam. Pontos importantes  – Recomendável para quem vai passar  bastante tempo no parque, uma vez que as doses são mais esparsas. Entretanto, os efeitos colaterais podem ser terríveis (sonhos estranhos, alucinações e efeitos que podem durar até bastante tempo).
Atevaquone. Nome comercial: Malarone/Malanil (África do Sul) Pontos importantes: Praticamente sem efeitos colaterais, está se tornando muito popular entre os viajantes. Será a nossa escolha no Kruger. Doses diárias antes, durante e depois de visitar o parque. 
Doxiciclina. Nome comercial: Ciclisan (Brasil) Pontos importantes: É um antibiótico, e, portanto, possui todos os efeitos de um antibiótico. Pode causar sensibilidade ao sol. Outro lado negativo é que tem que tomar muito tempo após sair do parque… 


Alho e Vitamina B:  São lendas. não acredite que se você tomar vitamina b ou comer alho não será picado. Entretanto, mal não faz, certo?

Acho que é importante dizermos que mesmo depois dessa uma pesquisa extensa, estamos indo sim para o Kruger. Não vai ser um mosquitinho do tamanho de um grão de arroz que vai nos impedir!!
Espero ter ajudado alguém… Abraços!

8 Comments

  1. Olá,
    Estou indo para o Kruger em maio, e mesmo sendo baixa a incidência de casos de malária nesta época, decidimos tomar a medicação.
    Vocês optaram pelo Atevaquone, vc sabe me dizer se encontra fácil em sp? Qual a dosagem e tempo de uso recomendados?
    Muito obrigada!
    Juliana.

  2. Olá Juliana.

    Pelo menos quando fomos, o Malarone não era vendido no Brasil. Você pode comprar na África do Sul mesmo, em qualquer farmácia. Pelo que me lembro, tomamos 1 dia antes, os dias que ficamos no parque, e 5 dias depois de irmos embora parque. É bem tranquilo a dosagem e tempo de uso, provavelmente o farmacêutico vá explicar melhor.

    Tenha uma excelente viagem!! Depois dá uma olhadinha nas outras postagens do blog!

  3. Oi, Roberto, uma dúvida: você se consultou com um médico na África do Sul antes de comprar o Malarone, ou levou uma receita do Brasil?

    Obrigado, abraço,

    Ciro

  4. Ciro,

    Nenhum dos dois é necessário. O Malarone é vendido lá sem receita médica (pelo menos foi para mim, é quase certeza que você vá achar em qualquer lugar por lá)

  5. Fui para o Kruger fim de fevereiro inicio de março, deste ano. Não utilizei medicação, apenas repelente todo tempo que fiquei no parque (5 dias/4 noites). Apesar de estar na época teoricamente mais problemática, não vi pernilongos lá. Vi apenas mosquitinhos e borboletinhas desses que vem na luz. Mas não vi pernilongos.
    Optei por não usar medicação para evitar algum tipo de efeito colateral e acabar estrangando a viagem.
    Vale lembrar que existem muitas pessoas que moram na região e não tem malária, ou seja, usando repelente o risco é muito baixo para quem vai ficar apenas alguns dias.

  6. Olá,

    Exatamente, o risco já é bastante baixo por três motivos: (i.) você vai passar repelente; (ii.) a noite sua cabana possui mosquiteiros nas janelas (e as vezes nas camas); (iii.) periodicamente a administração do kruger passa um repelente de longo prazo em todos os acampamentos.

    A decisão de tomar o Malarone foi pelo fato de querer uma proteção a mais. Para mim e para a mari não houve efeito colateral nenhum. Mas claro, é uma opção de cada um… muita gente não toma anti-malárico por lá…

    Abs!

  7. Olá! Meu filho irá para Rwanda a trabalho e permanecerá por 06 meses. Saberiam me dizer se é possível comprar Malaron ( ainda não vendido no Brasil) em outros países africanos que não somente África do Sul?
    Obrigada

  8. Marília, desculpe, acabei não vendo a mensagem e passou muito tempo… acho que seu filho já foi para Rwanda, certo?
    De qualquer forma não saberia te dizer, mas meu chute é que sim.
    Na África do Sul é muito fácil comprar, em qualquer farmácia vende…

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