Chiang Mai e Pai

Elefante Amigo

Nós estamos até agora achando muito massa que a província e a cidade que estamos agora formam duas palavras em português que tem tudo a ver uma com a outra: mae e pai

Nada a ver com Bangkok, exceto pelas motos em todos os lugares. Aterrissamos em Chiang Mai e o clima aqui já é mais amigável. O trânsito, uma beleza! A cidade é agradável e tem turistas para todos os lados. O noroeste da Tailândia tem tudo para ser animal. E está sendo…

Primeira decisão difícil: alugar (ou não) um carro. De fato estamos sentindo falta de um carro amigo (as últimas viagens todas foram roadtrips…). Por outro lado a recomendação geral na tailândia é: você não vai conseguir dirigir aqui. Milhares de motos, ninguém respeita farol, pare, preferencial, nada. E a cereja do bolo, a mão é inglesa.

Mas decidimos pelo carro. Aliás, para quem estava a pé todos esses dias atrás, hoje foi um dia multi-modal (que dahora!). Começamos com carro, alugamos uma scooterzinha, e terminamos dirigindo um elefante! Duvida? olha só:

Carro...
Carro…
moto
… moto …
... e elefante!
… e elefante!

Mas vamos por partes. Corta pro carro no aeroporto de Chiang Mai. Como eu já disse, o trânsito era fabuloso se comparado com a loucura de Bangkok. Em 15 minutos já tínhamos chegado… chegado onde? Pois é, a gente não tem hotel ainda. Paramos no centro, começamos a dar um google/tripadvisor (aliás, muito importante: tripadvisor na tailândia é CILADA, CUIDADO… vários scams e fake reviews…). Optamos pelo hotel mais barato e decente. Bora pra lá então.

Doi Suthep
Doi Suthep
Tailanzinhas
Tailanzinhas

Chegamos no hotelzinho de boas, pausa para ver o que fazer e bora pro passeio mais turístico de chiang mai: o templo de doi suthep. Antes de eu contar o desapontamento que bateu quando chegamos lá, deixa eu contar o contexto: A gente tinha visto que a região de Chiang Mai era muito legal e talz, e acabamos reservando inclusive mais dias aqui do que em BKK. Se aqui é melhor do que Bangkok, e o templo Doi Suthep é o melhor passeio daqui, logo Doi Suthep = melhor passeio de todos que já fomos na vida. É evidente que não foi assim. Doi Suthep foi uma droga, e a gente começou a se arrepender ter bookado 4 noites em Chiang Mai. Fora que eu já estava morrendo de sono porque na noite anterior não tinha dormido nada.

Doi Suthep
Doi Suthep
Bença, monge
Bença, monge

Mas a gente estava errado, totalmente errado! Aqui é muito mais legal.

Doi Pui Village
Doi Pui Village

A gente começou a perceber isso logo depois do desapontamento Doi Suthep. Terminado o passeio (que não durou muito mais do que uns 40 minutos), já mandamos um “bora explorar essa montanha?” (e essa flexibilidade é a grande vantagem de estar em um carro alugado). Subimos a montanha mais alta de Chiang Mai até o topo, e depois de muitas curvas e muito motionsickness, chegamos em um vilarejo do interior e que fomos explorar a pé. Foi muito legal e esse é o melhor espírito da viagem: ver de perto como é a vida das pessoas. Também já estava escurecendo, então voltamos para Chiang Mai.

Vila tailandesa
Vila tailandesa

Começou a chover e ficamos pelo menos uma hora parados no trânsito das 6 da tarde. Paramos em um Shopping para jantar e esperar a chuva/trânsito aliviarem. E acabamos jantando em um lugar muito bom. Era tipo um Benihana, mas com preços de banana (rimou!) . Pra quem não sabe, Benihana é um restaurante de teppan japonês que o carinha faz a comida na sua frente. E sem zueira, comemos um prato principal que incluía teppan de frango, legumes, arroz frito, temperos e a bebida por QUINZE REAIS. Você tem noção que foi só QUINZE REAIS tudo? (pra ter ideia, hoje almocei por 6 reais, mas é que aquele restaurante era muito dahora!). Bom, o trânsito já devia ter melhorado, bora pra casa que quero dormir! Só que não, o trânsito ainda estava uma droga.

Vista de Chiang Mai
Vista de Chiang Mai
#deusnocomando
#deusnocomando

Esse é o momento que eu não lembro mais nada no dia, porque além de dormir nos sinais vermelhos do trânsito eu cheguei em casa e desmaiei como uma pedra.

Acordamos 10 horas depois, pouco antes das 7. E agora outra decisão a fazer: o que fazer??. Não tínhamos ideia do que seria nosso dia, e as opções eram muitas, principalmente se pensávamos em fazer roadtrip aqui por perto. Acabamos por optar por Mae Hong Son, umas 5 horas de Chiang Mai. Iríamos pra lá e dormiríamos alí. Dia seguinte estaríamos de volta para C. Mai. Bora.

No caminho para Pai
No caminho para Pai

O problema, é que, no meio do caminho tinham curvas, tinham curvas no meio do caminho. Pra ser mais exato, entre Chiang Mai e Pai (que era a metade do caminho) são 762 curvas, sem brincadeira. Velho, a gente não aguentava mais. Chegamos em Pai e queríamos mandar embora todo nosso delicioso café da manhã. Não dá pra continuar. Vamos ficar e dormir em Pai mesmo. Ficamos em Pai, mas ficamos em paiz (alerta de trocadilho).

Uma das 762 curvas
Uma das 762 curvas

Foi a melhor decisão do mundo. Quando a gente chegou em Pai, a gente comentou entre nós: puta cidade bosta, porque tantos falam de Pai? A náusea fez a gente encarar a cidade goela abaixo, porque senão a náusea faria encararmos o café goela afora.

Mas PAI é sensacional (essa frase tem duplo sentido se pensarmos que hoje, dia 5, é também dia dos pais aqui na Tailândia – então pai, essa foi pra você!). Pai é aPAIxonante, é PAIz e amor, enfim, Pai é uma cidade obrigatória de qualquer mochileiro PAIrando pela Tailândia (ok, ok, já PAIrei com os trocadilhos).

PAIsagem incomPAIrável
PAIsagem incomPAIrável

Manda Tripadvisor de novo, que nos recomendou o nosso próximo hotelzinho BBB, bombonitobarato. PaiVillage. Graças à recomendação do dia, estamos agora em um chalé feito de madeira e folhas, mas não um chalé qualquer. Esse chalé é animal, rapaz.

Só deixar as malas, porque temos que explorar Pai. Em menos de uma hora almoçamos, alugamos uma scooter e reservamos um passeio de elefante. Ah, a scooter custou absurdos 10 reais. CARA, 10 REAIS PRA ALUGAR UMA MOTO. Eu estou rindo a toa com os preços aqui, é fantástico (imagine um gringo ganhando em dólar então?).

Scooter
Scooter

Fechamos um passeio de elefante. E não é um passeio pra inglês ver não. É um passeio de uma ou duas horas, sentado no pelo do animal. É bem roots. Tão roots que, vira e mexe, há mortes nesse passeio. Por exemplo, uma que aconteceu aqui na província de Chiang Mai em agosto. E outra no final do ano passado. E várias outras algum tempo antes. O que acontece é que os bichos se revoltam, matam seus treinadores e fogem para a floresta com os turistas (imagina que tranquila a situação). Melhor não dar bobeira. Mas uma coisa é certa: esse é uma experiência que provavelmente dificilmente iremos viver novamente. E foi muito legal (apesar de um pouco medonho, porque é muito alto!).

Andar de elefante ou andar à elefante?
Andar de elefante ou andar a elefante?

A verdade é que estamos até agora nos questionando se realmente deveríamos ter feito isso. Andar em elefantes é algo extremamente comum na Tailândia, mas o tratamento dispensado aos bichinhos não é dos melhores. Eles ficam acorrentados em um lugarzinho dia e noite. E só saem para passear levando turista nas costas. Uma vida triste, coitados. Mas enfim tudo bem, bora ser feliz.

Alimentando o elefante
Alimentando o elefante
Já queria levar pra casa
Já queria levar pra casa

Chegando aqui, lá pro final da tarde, pegamos nossa scooter e bora para o Pai Canyon ver o por do sol. O Pai Canyon é tão bonito quanto perigoso. A gente anda em um caminho estreito de pedras, com nada menos do que abismos dos dois lados.

Abismo pelos dois lados
Abismo dos dois lados
Galera fotografando o pôr do sol
Galera fotografando o pôr do sol
Pai do sol! Ops.. pôr do sol
Pai do sol! Ops.. pôr do sol

E claro, aqui também tinha que ter os idiotas. Um animal quase tentou se matar no desfiladeiro. A Mari achou extremamente egoísta da parte dele fazer isso, porque ele ia estragar a nossa viagem se morresse.

Locão egoísta
Locão egoísta
Canyon
Canyon

Visto o por do sol espetacular, hora de voltar para a nossa scooter e para Pai. Quando, por uma fração de segundos, a mari QUASE pisa em uma cobra do mal que cruzou a nossa frente. A gente estava descendo uma escadinha, e quando íamos descer mais um degrau, ela passou exatamente no degrau que iríamos por o pé. UFA. Essa foi por pouco. Ela correu para a selva, e se foi tranquilamente.

Cai a noite em Pai e fomos comer um hamburguer top! O lugar (como vários aqui) é muito gostoso – e descolado. E depois ficamos dando voltas na walking street, que é pra onde vão os milhares de mochileiros que, durante o dia, estavam explorando os arredores de Pai. Muitas barracas e miçangas por isso nos sentimos em casa porque a gente é de humanas né.

Um abraço, Pai!

Boa noite do nosso bangalô
Boa noite do nosso bangalô

4 Comments

  1. Cada dia uma surpresa. ..mais aventuras e com muita adrenalina! Vocês são carro, scooter, elefante. Meu Deus qual será o próximo
    Que fotos lindas! Que por do sol é este As com o elefante estão show! Que charme o Bangalô Mas que viagem sem emoção essa de vcs …desfiladeiros, turistas pendurados , curvas, cobra …. . Deus no comando ! Bjss

  2. Deus no comando, na proteção!! Aventuras, lugares lindos , enfim um”PAIraiso”!! Bjoa saudadea

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